quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Crioterapia



O que é?
É uma técnica fisioterapêutica caracterizada pelo uso de baixas temperaturas (gelo) para a reabilitação de traumas teciduais, principalmente em lesões musculares e articulares.
Quais os efeitos fisiológicos que a crioterapia causa no local aplicado?
- Diminuição do metabolismo local;
- Diminuição da condução elétrica nervosa;
- Possui ação vasoconstritora;
-  Redução dos efeitos da hipóxia secundária: quando temos uma lesão tecidual, uma pancada por exemplo, há naquele local, células que são destruídas pela lesão chamadas de hipóxia; o corpo ao tentar reparar essa lesão, acaba destruindo as células que estão perto das lesadas e a esse fenômeno damos o nome de hipóxia secundária;
- Na musculatura ele diminui a velocidade de disparo das fibras musculares, reduzindo a espasticidade.
Entendendo o mecanismo de ação do frio:
Ao aplicar o frio ocorre inicialmente uma rápida vasoconstrição e diminuição da circulação local na pele manifestada por palidez. A constrição se dá por alguns fatores, como a influência reflexa simpática e dos neurônios da pele, pela redução da concentração de metabólitos devido ao baixo nível metabólico. A ação direta dos termorreceptores sobre a camada muscular arteriolar gera liberação de bradicinina e serotonina e diminuição de vasodilatadores como a histamina e prostaglandinas. Isso ocorre como mecanismo de proteção para limitar a perda de calor nos primeiros 15 minutos da crioterapia. Após esse tempo há uma reação secundária ao frio causada por uma hiperemia ativa a fim de proteger os tecidos de uma possível lesão quando a exposição ao frio é prolongada ou abaixo de 10ºC, e manifesta-se com rubor e calor que dura em torno de 5 minutos, aparecendo outra vez, uma vasoconstrição. Ocorre então um ciclo entre vasoconstrição e vasodilatação, e esta última não é constante e sua vermelhidão não está relacionada com o aumento da circulação, mas sim com a liberação de oxigênio e acúmulo de oxi-hemoglobina nos vasos superficiais com risco de isquemia e congelamento (AGNE, 2004).

Devido aos efeitos fisiológicos, o gelo age no corpo de que maneira?
- Diminuição do processo inflamatório
- Regeneração tecidual
- Analgesia (alívio da dor)
- Diminuição do espasmo muscular
- Diminui o edema
- Estimulador e dessensibilizador: gelo pode ser utilizado para estimular uma área paralisada a fim de restabelecer a sensibilidade próxima do normal. A estimulação pelo gelo ajuda que as fibras nervosas parem de enviar impulsos elétricos de forma exacerbada. Ou seja, ajuda a diminuir a condução do impulso nervoso, para que as informações cheguem “bagunçadas” ao cérebro, diminuindo esse efeito “doloroso”.
Qual o tempo de aplicação?
Existem ainda alguns estudos em relação ao tempo da crioterapia, mas em fases agudas como uma torção, realizar de 15 a 20 minutos, três vezes ao dia.
Modo de aplicação:
Utilizar compressas de gelo, bolsas ou até mesmo o gelo do freezer de casa dentro de um saquinho. A crioterapia também pode ser feita através da imersão do membro dentro de um recipiente com gelo e água. Aplicar no local lesionado sobre uma toalha a fim de não queimar a pele.
Bolsa de gelo
Fonte: www.fisiocefis.com.br
     
Imersão dentro de balde com gelo
Fonte: www.suacorrida.com.br
Indicações:
- Entorses
- Tendinites, LER, Bursites, Tenossinovites, capsulite;
- Espasmo muscular;
- Tensões musculares;
-Traumas articulares
- Dores agudas e crônicas
** Devido efeitos fisiológicos dessa terapia, muitas vezes, o gelo também pode ser usado de maneira preventiva a algumas lesões.
Contraindicações:
- Pessoas com alergia ao gelo;
- Pessoas que possuem a doença de Rainaud (pessoas que apresentam extremidades cianóticas em dias mais frios);
- Feridas abertas;
- Pessoas com má circulação.

ATENÇÃO: As informações existentes neste blog pretendem apoiar e não substituir a consulta médica. Essas informações são de caráter educativo, por isso, em caso de dúvidas, não hesite em realizar sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.
Fontes:
** FREITAS C., LUZARDO R., Crioterapia: efeitos sobre lesões musculares. Revista Episteme Transversalis. v.4, n.1, 2013

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