terça-feira, 10 de maio de 2016

SAÚDE FÍSICA: A influência nos tipos de calçados

Com certeza vocês, tanto homens quanto mulheres, já sentiram aquela dorzinha no pé ao fim do dia após o uso de algum sapato, certo? Pois é, já é sabido que vários tipos de calçados influenciam na nossa postura, na nossa forma de andar e no equilíbrio do nosso corpo. Por isso, hoje eu trouxe alguns estudos que encontrei na literatura sobre a influência do uso de diferentes tipos de calçados. E você homem, que está achando que esse artigo não foi feito para você, leia até o final, pois o jeito de caminhar também pode ser influenciado por sapatos sociais e até mesmo o chinelo.

Então vamos lá....

Em um estudo realizado com adolescentes entre 13 e 20 anos, teve como objetivo identificar a relação na postura do pé e no tipo de arco plantar com um tipo específico de calçado (sapato tipo plataforma com 10 cm de salto, e dois cm de plataforma anterior). As adolescentes usaram o calçado 4 vezes por semana, num período mínimo de 4 horas consecutivas por dia e já deveriam ter pelo menos um ano de uso do salto alto. Os autores concluíram que não houve correlação entre o uso do calçado e o tipo de arco plantar e postura dos pés.

Em relação à postura estática dos indivíduos em posição ortostática (em pé), um estudo verificou que não houve mudança significativa na utilização de diferentes calçados como o chinelo, tênis, salto baixo e salto alto. Porém, o autor enfatiza que não é possível afirmar o mesmo quando os indivíduos estão em movimento, sendo necessário novo estudo para tal questão.

Já o estudo que analisou a marcha de um homem e uma mulher com diferentes tipos de calçados, encontrou informações bastante interessantes. Apenas para nível de entendimento, o autor explica que um ciclo de marcha ou uma passada normal corresponde ao intervalo entre dois toques do mesmo calcanhar no solo. O primeiro toque corresponde ao início do ciclo e o segundo toque finaliza o ciclo. Esse ciclo pode ser dividido em duas fases: apoio e balanço. A fase de apoio corresponde ao período em que o pé está em contato com o solo. A fase de balanço corresponde ao período em que o pé não está em contato com o solo e é dividido em: balanço inicial, médio e terminal.  Agora vamos às considerações identificadas:

Mulher:
1) Chinelo: Não houve a fase terminal da marcha, o que pode ter ocorrido devido à instabilidade que esse tipo de calçado traz, pois há a necessidade de segurar o calçado com os dedos.
2) Salto plataforma: Não houve a fase inicial, nem terminal da marcha, a voluntária retirava o pé totalmente, colocando-o totalmente no solo novamente, sem realizar a curvatura de uma marcha normal.
3) Salto fino: Não houve a fase inicial, nem terminal da marcha, pois o salto alto impede a curvatura normal do pé. Os pés se cruzavam um a frente do outro devido o desequilíbrio que este tipo de salto traz.
4) Tênis: A passada possuía todas as fases da marcha, o que proporcionou um maior aumento da curvatura do pé. O autor relata que o tênis possibilita maior absorção de impacto, conforto e se molda ao pé, fazendo com que o indivíduo consiga caminhar o mais próximo do correto.



Homem:
1) Chinelo: Apresentou todas as etapas da marcha, com diminuição da curvatura do pé no apoio terminal.
2) Sapato social: Apresentou todas as fases da marcha, porém, apresentou diferença na curvatura do pé no momento do contato inicial e no contato terminal.
3) Tênis: Utilizando tênis, observou-se que o indivíduo possuía todas as fases de uma marcha normal e um aumento considerável da curvatura do pé.



Além dessas informações relevantes, também encontrei um estudo que vem de encontro ao citado anteriormente sobre o salto alto. Esse autor relata que saltos acima de três cm de altura induzem a articulação do tornozelo a realizar uma flexão plantar sustentada, mudando as características da marcha na fase de apoio e de balanço. Por isso, o autor concluiu que saltos menores de três cm apresentam limites de segurança para manuten¬ção do padrão normal da marcha em mulheres jovens.
Com todas essas informações podemos identificar o tênis como o tipo de calçado que nos leva a uma marcha mais funcional, nos aproximando da marcha normal. É óbvio que muitas vezes não podemos e não conseguiremos usar tênis todos os dias, mas devemos ter a consciência de que o salto alto e o sapato social devem sempre ser alternados com o uso de sapatilhas, e saltos mais baixos, pois a longo prazo, devido à alteração na marcha, podemos adquirir outras complicações posturais.

Dicas da Carol:

1) Para mulheres, após o uso do salto alto, alongue panturrilha, pois o uso prolongado pode encurtar essa musculatura, levando você a uma dificuldade de colocar o calcanhar no chão;

2) Homens e mulheres que usam sapatos diariamente podem fazer uma “soltura” na sola do pé. Use uma bolinha de tênis para realizar uma massagem na planta do pé. Essa prática auxilia no alivio das dores na região. Quando a dor estiver muito forte, a bolinha de tênis pode ser substituída por uma garrafinha de água com gelo dentro. (Encha uma garrafinha de água de plástico e deixe no congelador por algumas horas).

3) Reveze o tipo de calçado diariamente;

4) Quando puder, ande descalço!!!!!

“Lembre-se sempre: Para uma vida saudável, cuide da saúde do seu corpo, da sua mente e do seu espírito.”


ATENÇÃO: As informações existentes neste blog pretendem apoiar e não substituir a consulta médica. Essas informações são de caráter educativo, por isso, em caso de dúvidas, não hesite em realizar sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Referências:
1) Patrícia A. O. Pezzan, Isabel C. N. Sacco, Silvia M. A. João. Postura do pé e classificação do arco plantar de adolescentes usuárias e não usuárias de calçados de salto alto. Rev Bras Fisioter 2009; 13(5):X-XX.
2) Furtado AC; Oliveira E; et. al. Estudo da marcha humana em diferentes tipos de calçado. XI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
3) Moraes, GFS, Antunes, AP, Rezende, ES, Oliveira PCR. Uso de diferentes tipos de calçados não interfere na postura ortostática de mulheres hígidas. Fisioter Mov. 2010 out/dez;23(4):565-74
4) Limana et al. Ângulo do tornozelo em calçados de diferentes saltos. Fisioter Pesq. 2012;19(3):222-227

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